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Os adolescentes estão tendo grande dificuldade neste momento de pandemia. A adolescência já é um momento de transformação tanto física como emocional, período em que o indivíduo está desenvolvendo sua individualidade. Esta fase do desenvolvimento humano já é desafiadora, para o próprio indivíduo, como também para seus pais e com a pandemia vem um desafio extra.

Adolescentes começam a ficar mais fechados, dentro do quarto ou dentro de si mesmos, rolando telas de celulares em horas infindáveis. Usam a internet, instagram para conhecer pessoas e, assim, o perigo de encontrar pessoas fictícia é quase uma regra. Ficam ligados a jogos, onde passam seu tempo e a juventude. Muitos pais ficam desesperados e tentam tirar o jovem deste cenário, mas ficam impotentes. A busca por psicólogos e psiquiatras está grande para esses jovens. É lógico que isso se faz necessário, porém demonstra a grande dificuldade desse novo momento. Ficaram quase 2 anos praticamente em casa, sem frequentar escola, com horários não tão regrados, na medida em que ligam seus computadores para a aula e praticamente deixam professores falando sozinhos e voltam a dormir. Essa não é a realidade de todos, mas de muitos.

Agora, com o retorno às aulas presenciais, têm que reaprender a fazer prova, assistir aula, rever amigos que estão também mais velhos como eles e retornar aos vínculos de amizade. É um reiniciar desafiador, com protocolos do Covid, não podem abraçar, nem ter contato. Para alguns mais ansiosos fica um temor maior de contaminação, para outros mais depressivos, existe a dificuldade do desânimo de retomar à rotina. Na verdade, eles por estarem em desenvolvimento não adquiriram ainda recursos internos mais fortalecidos, o que pode torná-los mais instáveis do que o habitual da fase.

Os pais também estão com muitas tarefas com esses jovens, a de ajudá-los a melhorar neste cenário e também ter que dar conta de uma situação de prover a família, em momento de dificuldades, seja de mais trabalho com o home office, ou com dificuldades financeiras pelas mudanças que a pandemia trouxe em vários setores.

Por maior que sejam as dificuldades, também houveram momentos de maior contato das famílias com seus filhos, oportunidade de afinar esses relacionamentos. E com essa aproximação, conhecer mais intimamente cada integrante da família nesta jornada.
É importante poder ajudar esses jovens a encontrarem dentro de si suas capacidades, para que possam se desligar das ilusões do mundo, podendo ponderar o que verdadeiramente é o mais importante. Cada família com seus valores. A verdade que este é um momento de uma grande revisão dos valores, não só dos jovens mas de toda a humanidade. Vamos aproveitar esse momento e transformar a dor em reflexão, conexão, compaixão e solidariedade.
Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo
Psiquiatra e Psicoterapeuta
www.essenciadamente.com.br

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SISTEMA CANABINÓIDE

O Sistema Endocanabinóide é um sistema de neurotransmissor como serotonina, dopamina. O cérebro é repleto de uma rede de neurônios que são controlados por substâncias químicas e impulsos elétricos e o Sistema Endocanabinóide é o maior sistema de neurotransmissores, abrange todos os sistemas do corpo. Ele mantém o equilíbrio dos diversos órgãos, da função imunológica, músculos, tecidos gordurosos, hormônios, centros de dor, centros de recompensa e funções metabólicos e também regula o açúcar no sangue.

Em 1967, estudantes de pós graduação de bioquímica, Raphael Mechoulam e Yehiel Gaoni isolaram os dois principais componentes da planta cannabis: canabidiol ou CBD e THC (delta-9-tetrahidrocanabinol). A equipe de Mechoulam descobriu o Sistema Endocanabinóide onde a cannabis interage e hoje com 88 anos, já publicou mais de 400 artigos, quatro livros e recebeu diversas honras em seis países. Tem um reconhecimento no meio científico.

Em 1988, uma química americana, Dra. Allyn Howllet localizou uma rede de receptores no cérebro que se ligavam ao THC. A concentração mais densa está no córtex, cerebelo, hipocampo e gânglios da base, que são áreas que coordenam o movimento, controlam as emoções, memória, dor, prazer e reprodução. Não existem receptores nos centros cardíacos e respiratórios do tronco encefálico o que é seguro em caso de overdose.

Mechoulam acreditava que o corpo não teria esses receptores para uma planta e então começou a pesquisar para responder a essa questão. Foi quando em 1992, dois cientistas do laboratório de Mechoulam encontraram uma substância química no cérebro que imita os efeitos do THC. Deram o nome de anandamida, e como THC, ela irradia um prazer fantástico, bem-estar, intensifica a experiência sensorial, estimula o apetite e bloqueia temporariamente a memória de curto prazo. Depois encontraram outra substância no cérebro que imita o CBD que é o 2-Araquinoilglicerol, ou 2-AG. Isso levou a descoberta de diversos receptores endocanabinóides espalhados pelo corpo. Os receptores localizados no cérebro são chamados de CB1 e os receptores de regiões periféricas do corpo são os CB2.

Houve uma recusa de realizar pesquisas de cannabis porque a maconha é considerada uma droga ilícita, desta forma atrasou estudos para poder ser utilizada medicinalmente. E assim, as faculdades de medicina não ensinam sobre o sistema endocanabinóide. Hoje o meio médico está numa corrida de conhecer cada vez mais as propriedades do cannabis para várias condições clínicas, são elas: ansiedade, depressão, transtorno do estresse pós traumático, diistúrbio do sono, epilepsia, enxaqueca, dor crônica, câncer, distúrbios gastrointestinais, autismo, distúrbios neurodegenerativo como Alzheimer.


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ERVA DA MEMÓRIA
Muito dos componentes da natureza tem propriedades importante para nossa saúde. O Rosmarinus officinalis, vulgarmente conhecido como alecrim é um deles. O alecrim tem propriedades antidepressivas, digestivas diuréticas e antioxidantes. Tem atuação significativa no sistema nervoso central, melhorando a memória, concentração e raciocínio, podendo auxiliar na ansiedade e depressão. Só não deve ser utilizado por quem tem epilepsia.
O alecrim pode ser considerado a erva da memória, pois em estudos no Reino Unido, pesquisadores descobriram que o alecrim contém o 1,8 cineol que age na inibição da decomposição da acetilcolina o que ajuda a retardar a perda de memória. Utilizaram o alecrim e pacientes com Alzheimer, gerando uma melhora da memória ou retardando bastante a perda de memória.
A pesquisa continha 60 pacientes com Demência de Alzheimer e foram divididos em 3 grupos: um recebeu aromaterapia com alecrim, outro com lavanda e o terceiro não recebeu nada. Concluiu-se que o grupo que recebeu a terapia com alecrim teve uma melhora de 75% da memória e desempenho cognitivo.
O alecrim pode ser usado no chá, como tempero e nos óleos essenciais que é uma forma mais concentrada da erva.
Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo
Psiquiatra e Psicoterapeuta


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Por que o sono é essencial?

É importante ter uma boa qualidade de sono para o descanso, para refazer energias para o próximo dia. Além de trazer um relaxamento, o sono ajuda o corpo a manter o equilíbrio, um bom funcionamento, a homeostase. Mantém o equilíbrio do sistema imunológico, endocrinológico, neurológico, entre outros.
Manter a regularidade de uma boa noite de sono, ajuda:
– Evitar a obesidade: durante o sono, leptina (hormônio) é produzido e é responsável pela sensação de saciedade. Grelina é um hormônio que desencadeia a fome. Assim pessoas com insônia ou apnéia do sono podem ter mais vontade de comer pela diminuição da leptina e aumento da grelina.
– Memória: estudos indicam que a privação de sono leva uma perda de conectividade dos neurônios no hipocampo, região do cérebro responsável pelo aprendizado e memória. O sono promove a fixação da memória a nível molecular.
– Regulação da Glicemia, evitando Diabetes: É durante o sono que alguns hormônios são liberados, como o cortisol que é responsável na regulação do nível de açúcar no sangue, como também controla o estresse. Sono adequado produz a insulina e com a falta de sono essa produção é inadequada, aumentando a concentração de açúcar no sangue. A privação do sono aumenta a produção de glicemia e triglicérides no fígado, aumentando assim a resistência à insulina.
Equilíbrio da pressão arterial, evitando a Hipertensão: A insônia gera estresse, irritabilidade, influenciando à longo prazo o aumento da pressão arterial, causando hipertensão.
– Evitar depressão: estudos descrevem que dormir menos que 6 horas por noite aumenta a chance de desenvolver depressão. Aumenta o desânimo, irritabilidade, piorando a qualidade de vida.
– Evitar ansiedade: a falta de sono pode ser gerador de ansiedade, na medida em que proporciona irritabilidade e grande angústia no momento de dormir.
É importante ressaltar que a ansiedade e depressão também podem cursar com insônia, mas a falta de sono, ou a insônia primária (ou seja, que não é secundária a outro quadro), geram quadros depressivos e/ou ansiosos.
Uma boa qualidade de sono tem relação com uma boa qualidade de vida, assim se a boa higiene de sono foi realizada e não trouxe equilíbrio do sono é preciso de uma avaliação mais aprofundada para encontrar alguma alternativa de tratamento que pode ser diversa, desde uso de chás, homeopatia, óleo essenciais, acupuntura, psicoterapia até tratamento medicamentoso, depende da gravidade.

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AMPLIANDO O OLHAR SOBRE OS SINTOMAS

Sabemos da importância de um bom diagnóstico que nos orienta e nos sirva para direcionar o processo terapêutico. Além disso, o protocolo a ser seguido com cada indivíduo dependerá muito do quanto o seu funcionamento vem sendo afetado. É inquestionável que o material científico produzido ao longo dos últimos anos tem nos auxiliado bastante na busca pelo entendimento e o alívio do sofrimento humano. Sem deixar de considerá-lo e com o objetivo de ampliar o olhar sobre as queixas apresentadas no consultório, a visão sistêmica dos sintomas tem sido de grande ajuda.

Nesta perspectiva, o sintoma pode ser observado de diversas formas. Como um ato comunicativo no sentido de ser uma forma que o corpo encontrou para expressar o que sente. A comunicação é o mecanismo de que dispomos para interagir socialmente e nos vincular, portanto o comportamento de um indivíduo, seja sintomático ou não, vai sempre afetar o outro, gerando reações complementares de acordo com a mensagem transmitida. Quando nos comunicamos através de um sintoma, estamos fazendo uma espécie de pedido de ajuda. A ansiedade nos pede para desacelerar e pensar mais no presente, o TDAH nos convida a pensar sobre como tem sido a atenção nos ambientes em que estamos inseridos, o mutismo seletivo nos transmite a ideia de que algo não pode ser dito, talvez um segredo ou uma dificuldade de compreensão intersistêmica.

Os sintomas podem ser vistos também como uma forma de proteção de pessoas próximas, a medida que o individuo sintomático se encarrega de ser o depositário dos problemas da família. É um alívio para muitos pais receber o diagnóstico de um filho para poder ajudá-lo, mas muitas vezes, logicamente sem ter consciência disso, eles próprios são parte do problema. Desta forma, a melhora dos sintomas individuais será alcançada através de uma parceria deles próprios com seu filho a medida que se propõem também a mudar e a descobrir novas possibilidades de interação.

Sendo uma porta de entrada para o entendimento do indivíduo, o sintoma algumas vezes retrata um aspecto estagnado, como um congelamento da vida em determinado momento em que o sistema estava disfuncional. O individuo sintomático se encarrega então de manter a homeostase desse sistema, evitando uma transformação mais profunda na organização familiar. Quando uma situação fica inacabada em nosso passado, muitas vezes repetimos o mesmo padrão de comportamento como se tentássemos resolvê-la sem nos darmos conta do quanto nos afeta. Atualizando nossos modos de relação, identificando interrupções e resistências, podemos sempre buscar novas possibilidades de vida.

Não menos importante, o sintoma pode ser observado a partir de um ponto de vista simbólico. Utilizamos metáforas para descrever um problema e com isso temos a oportunidade de descobrir novas vias de comunicação e tratamento. Como um sinalizador da direção a ser seguida, não podemos esquecer que um sintoma, antes mesmo de ser retirado deve ser compreendido, pois ele possui uma função em sua vida. Descobri-la, assim como investigar os ganhos secundários obtidos a partir de sua manifestação são premissas de um bom acompanhamento psicoterápico que tenha ainda como objetivo primordial favorecer o desenvolvimento individual e relacional do paciente.

Tatiana Caiafa de Pontes
Psicoterapeuta individual, casal e família
www.essenciadamente.com.br


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TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEPT)

O TEPT (Transtorno do Estresse Pós-Traumático) segundo o DSM-V é um transtorno de ansiedade caracterizado por um conjunto de sintomas que envolvem a revivência, a evitação, o entorpecimento e a excitabilidade aumentada que são desencadeados após o indivíduo ter vivenciado ou testemunhado algum evento estressor traumático. Nos dias atuais, podemos observar a vivência da pandemia do Covid-19.

Os indivíduos acometidos pelo transtorno irão apresentar intenso sofrimento, prejuízo clínico, social e econômico significativos, crises conjugais, criação dos filhos, baixo nível de satisfação da vida, alteração no humor, sono e memória e por fim baixo rendimento no trabalho.

A TCC (Teoria Cognitiva Comportamental) observa este transtorno como um cuidado de saúde pública, já que as perdas para o indivíduo e a sociedade são gigantes.
No tratamento do TEPT utilizamos algumas técnicas da teoria cognitiva comportamental como:
– Treinamento de Inoculação de Estresse (TIE).
– Treinamento de Habilidades Sociais (THS).
– Treinamento de Autoinstrução (TAI).
– Dessensibilização Sistemática.
– Prevenção de Recaída.
– Técnicas de Relaxamento Muscular Progressivo e Respiração.

A técnica mais utilizada dentre os psicólogos da TCC é o TIE (Treinamento de Inoculação de Estresse; criado inicialmente para o tratamento especifico de fobias, com tudo os resultados no TEPT foram significativos. A mesma funciona dando aos pacientes o domínio sobre seus medos através da ressignificação da memória traumática e do ensino de habilidades de manejo frente a situação temidas.

Na segunda fase da técnica TIE será o treinamento de habilidades de manejo e enfrentamento, com orientações para a solução de problemas, como: habilidade de manejo, com uma base racional e uma explicação do mecanismo pelo qual a habilidade funciona; várias demonstrações e ensaios de habilidade. No consultório utilizamos a dramatizações como técnica. Fora das sessões deixamos como “lição de casa” aos pacientes a aplicação de habilidades em uma área problemática que não esteja necessariamente relacionada com os comportamentos visados. No retorno a sessão será feito a revisão de como a habilidade funcionou, com a avaliação do psicólogo da autoeficácia dos pacientes.

Podemos concluir que esta pandemia que vivemos atualmente é um evento traumático para uma grande maioria da população brasileira, dentre estes, alguns irão apresentar o TEPT por não conseguirem lidar com a ansiedade e o entorpecimento de ter vivenciado e experienciado.

A TCC com todas estas ferramentas descritas acima, está preparada e equipada para trabalhar os sintomas do TEPT e não somente ele, mas também a ansiedade, depressão e até fobias que podem ser desenvolvidas neste período de pandemia.

Talita Bueno Avila
Psicoterapia de adolescente e adulto
www.essenciadamente.com.br


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REFLEXÕES EM TEMPO DE PANDEMIA
 
Estamos vivenciando tempos estranhos. Tempos em que o medo está predominando e estamos lutando juntos contra um inimigo comum: um vírus.
 
Um vírus que nos pediu para ficarmos em casa, cuidarmos dos nossos filhos, da nossa alimentação, pararmos com um consumismo desmedido. Para pensarmos em uma nova forma de viver e adaptarmos nossa vida a uma nova realidade.
 
Durante tudo isso o emocional se fragilizou e os atendimentos se voltaram para a ansiedade e depressão deste momento. Sinto que acionamos um campo coletivo em que nos ligamos inconscientemente uns com os outros.
 
Diante destes momentos faço as seguintes perguntas: o que este momento trouxe de reflexões para vc e o que tem de bom no meio desta pandemia?
 
Com estas perguntas levanto reflexões que começam no individual e podem ser levadas ao coletivo e assim começarmos juntos a pensar numa melhor qualidade de vida para o momento pós pandemia.
 
Cada um na sua perspectiva imagina um aprendizado para tudo isso. Eis aqui alguns que selecionei para uma reflexão coletiva:
 
isso aconteceu:
– Para pensarmos no que realmente importa na vida
– Para que nossos adolescentes parassem ou diminuíssem as bebidas e drogas pois agora têm que ficar em casa
– Para pensarmos no que realmente importa na vida percebermos que não precisamos comprar tantas coisas e podemos consumir de forma mais consciente
– Porque estávamos destruindo nosso planeta e esgotando seus recursos naturais
– Para pensarmos no que realmente importa na vida percebermos a nossa fragilidade e que precisamos nos ajudar
– Para pensarmos no que realmente importa na vida sermos mais solidários
– Para pensarmos no que realmente importa na vida olharmos mais para nossa família e não delegarmos o cuidado dos nossos filhos para terceiros, seja qual for a perspectiva que olhamos para tudo isso, percebemos prismas diferentes para a mesma situação onde está havendo uma reflexão coletiva.
 
E assim percebo várias pessoas repensando sobre temas profundos e importantes que fomos repassando de geração em geração sem perceber. Precisávamos de uma pausa para conseguirmos transformar nossa realidade.
 
Nosso mundo estava vivendo de uma forma tão frenética onde nossa casa virou apenas um dormitório e não um lar, delegamos os cuidados e educação dos nossos filhos a terceiros, nos desconectamos da natureza como se não fizéssemos mais parte dela, damos mais valor para o material que espiritual e o celular virou um ítem de idolatria.
 
Seguimos sem questionar muitos valores que são passados e vamos nos adaptando a toda esta correria. Somente a dor nos faz parar este ritmo e assim podermos transformar algumas atitudes.
 
O covid-19 nos trás este chamado pela dor, nos mostrando a finitude da vida. Ele ataca nossos pulmões e perdemos algo tão essencial que não damos valor: o ar que respiramos e nos mantém vivos. Assim passamos a valorizar o essencial e tirar o supérfluo. Pensar o quanto nossa rotina nos sufoca e o quanto estamos sufocando o planeta com o desmatamento, as queimadas e a exploração excessiva. Pensemos então o que realmente temos que dar valor na nossa vida e a cada pessoa que caminha junto conosco.
 
E a partir destas reflexões começamos uma transformação que passa por cada indivíduo e chega ao coletivo, e caminha para todo o planeta. E assim coletivamente podemos construir uma nova realidade externa a partir desta nova realidade interna. E assim podemos agir com mais consciência junto ao próximo e ao planeta.
Trago aqui algumas perguntas para começarmos a refletir para um mundo melhor pós pandemia
– O que tenho feito pelo nosso planeta?
– Qual a minha conexão com a natureza?
– O quanto interajo e participo com quem mora comigo?
– Qual minha participação para passar valores e exemplos para meus filhos?
– Tenho tempo para olhar para os meus sentimentos?
– Tenho tempo para fazer o que realmente dá um sentido a minha vida?
– Consigo equilibrar meu tempo no celular com o convívio pessoal?
– Consigo o equilíbrio entre a responsabilidade e o êxtase pessoal
– Tenho empatia com o próximo?
 
Que este momento dolorido em que estamos passando possa ser um momento de mudança que começa no coração de cada um. Isso tudo vai passar, como a natureza é cíclica, logo entraremos em um novo ciclo. Vamos imaginar o futuro que queremos e isso irá nos estruturar para o primeiro passo de nossa mudança individual para chegarmos na mudança coletiva. Imaginar um futuro é importante para sustentar o presente e não perdermos a perspectiva de vida. Acreditarmos que tudo isso vai passar para iniciar um novo ciclo para colocarmos em prática tudo o que foi repensado e reestruturado.
 
Quando nos conectamos com nosso mundo interno, com a natureza e com a arte, percebemos e sentimos que fazemos parte de um todo e isso nos acalma em meio a tempestade. Isso nos trás a confiança de que ela passa e depois virá um dia ensolarado e florido. Se conectar com este ciclo da vida e da natureza nos ajuda na travessia da tempestade.
 
Como arte podemos nos conectar a música, a literatura, a pintura…
 
E que pensemos neste mundo pós pandemia de uma outra forma. Finalizo este texto com um trecho de uma linda música para acalmar os corações do Milton Nascimento: “Coração Civil”
“Quero a utopia quero tudo e mais
Quero a felicidade dos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país…
Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida
Eu vou viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso um dia se realizar”
 
Tem uma frase do Cervantes que gosto muito quando pensamos como mudar e chegar no coletivo:
“ Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se sonha juntos é o começo da realidade”.
 
Flávia Hessel de Lima
Psicoterapia de adolescente e adulto
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O TOC é um distúrbio psiquiátrico caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões.
Obsessões são pensamentos, ideias, imagens ou impulsos que são recorrentes, intrusivos e indesejados, gerando grande sofrimento e ansiedade. Em geral, são pensamentos que entram na mente do indivíduo de forma repetitiva, sendo que este tenta resistir, sem sucesso. São reconhecidos como pensamentos do próprio indivíduo. O paciente tenta amenizar o sintoma com outro pensamento ou ações que são as compulsões. As obsessões podem ter diversos conteúdos, como: agressão, sexo, religião, simetria ou ordenação, contaminação ou ligadas a colecionar algo.

As compulsões são comportamentos repetitivos que ocorrem em resposta de um pensamento obsessivo, na tentativa de alívio ou prevenção de sofrimento que a obsessão gera. As compulsões podem ser ações de: limpeza (como lavagem de mãos), verificação ou checagem, ordenação e arrumação, contagem e simetria ou lateralidade (arrumar objetos).
Pessoas portadores da doença descrevem muitas vezes fenômenos sensoriais que são sensações ou percepções físicas desconfortáveis que surgem antes ou acompanham os comportamentos repetitivos. Esses fenômenos sensoriais ocorrem mais frequentemente em quadros de início precoce, ou seja na infância ou adolescência. Esses sintomas mais frequentes são: sensações físicas desconfortáveis em músculos, ossos ou órgãos internos, muitas vezes sentem vontade de estralar o corpo; necessidade que tudo ao seu redor esteja em ordem, precisa arrumar ou tocar em objetos ou pessoas; sensação de incompletude, assim tem a necessidade de realizar alguma compulsão para alívio e corrigir esta sensação; sensação de energia acumulada, assim a compulsão surge para descarga; percepção de ter que fazer as compulsões.

Pacientes com TOC apresentam grande sofrimento, pois frequentemente esses sintomas aprisionam a vontade, a liberdade de escolha. Eles apresentam rituais que atrapalham muito na vida cotidiana, seja no trabalho, na escola ou nas relações, pois são incomodados pelos pensamentos intrusivos e pelas compulsões, gerando constrangimento, ou isolamento. Os pacientes tentam controlar os sintomas, principalmente compulsivos em ambientes públicos, o que traz grande estresse, ou são distraídos pelos pensamentos obsessivos. A depender da gravidade podem tender ao isolamento e ter dificuldade em conviver em sociedade, pois o trabalho e as exigências da vida, muitas vezes, são incompatíveis com a doença na sua forma mais grave.

O TOC pode ter início na infância, adolescência, ou pode se manifestar somente na fase adulta. Quando tem início mais precoce, apresenta algumas características diferentes, como apresentar mais compulsões do que obsessões; ter mais frequentemente percepções sensoriais; é comum serem quadros mais graves, com mais comorbidades e as compulsões são mais semelhantes aos tiques.
O diagnóstico na infância é mais difícil, pois as crianças não falam de seus rituais e pode ser confundidos com brincadeiras. Quando os sintomas são mais graves é que os pais buscam o profissional da área da saúde para entender melhor o que está ocorrendo com a criança. É comum a criança buscar a arrumação de seu quarto, não deixar outras crianças brincarem com seus brinquedos, ter dificuldade na socialização, porque necessitam ter um ritual na brincadeira que não é aceito por outras crianças, o que pode deixá-la irritada. É frequente a criança querer que seus pais participem de seus rituais na confirmação de algo ou na arrumação, ou não deixando que toquem em seus materiais, gerando assim grande desconforto e desequilíbrio no lar.

Na fase adulta, o indivíduo tenta minimizar os sintomas no trabalho ou em local de estudo, o que causa grande ansiedade, ou tenta disfarçá-los. Tem a percepção que aquele sintoma, ritual ou compulsão estão fora do contexto, porém precisam realizá-los para sentirem alívio. Assim, os sintomas são muito mais proeminentes em casa e muitas vezes, sentem-se constrangidos até com seus familiares que não aceitam ou contestam os rituais e compulsões. A depender da gravidade esses sintomas vão levando muito tempo para serem realizados o que faz com que se atrasem para compromissos, não aceitem trabalhos a depender de algum pensamento obsessivo. A realização de rituais de limpeza, por exemplo, o banho, pode estar repleto de rituais que levam a demorar muito tempo para finalizar o banho, o que se torna incompatível com seu cotidiano, assim o paciente começa a tomar banho cada vez menos, para não se submeter a esses rituais.

O TOC pode ter a predominância de pensamentos obsessivos, de atos compulsivos ou ser um quadro misto, apresentando ambos sintomas. É frequente o paciente apresentar ansiedade, como também sintomas depressivos. As limitações geradas pelo TOC podem gerar um quadro secundário de depressão.

A busca pelo tratamento é muito importante para não permitir a cronificação do quadro, o que pode dificultar o tratamento. Os medicamentos antidepressivos são de primeira escolha para tratar o TOC, e em geral, apresentam boa resposta clínica. É fundamental a abordagem psicoterápica em paralelo com o tratamento medicamentoso, o que propicia maior evolução e uma base mais segura na medida em que aborda causas, e fornece instrumentos para o paciente lidar com seus sintomas, para que em algum momento se liberte deles.

Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo
Psiquiatra e Psicoterapeuta
www.essenciadamente.com.br


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ENCONTRANDO A PRÓPRIA ESSÊNCIA

A rotina diária faz com que o indivíduo se esqueça do que é mais necessário.

Muitas vezes se mantém numa rotina de mais de 12 horas diárias de trabalho, dando pouca atenção a si mesmo, ao que é realmente necessário.

É comum o ser colocar como prioridade o trabalho e manter uma rotina automática, esquecendo de si mesmo. Para ter uma boa saúde física e emocional é imprescindível se incluir na própria vida. Voltar o olhar as próprias necessidades, pois a medida em que o indivíduo se afasta de suas próprias necessidades, surgem sintomas que podem ser diversos, chegando a adoecer o corpo e a mente.

Os sintomas ajudam a voltar a atenção para si, e aos poucos através do questionamento sobre os motivos de tamanho mal estar, a pessoa vai conseguindo retornar e se aproximar das próprias necessidades, daquilo que faz sentido a vida, do que dá prazer. Equilibrando, assim as tarefas, obrigações, trabalho e o que verdadeiramente alimenta a alma e traz sentido a vida, encontrando a própria essência e o propósito de vida.

Este é o papel da psiquiatria e psicologia. É ajudar o indivíduo a encontrar sua verdadeira essência.

Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo
Psiquiatra e Psicoterapeuta
www.essenciadamente.com.br


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O TOD tem como definição as discussões e brigas crônicas, crise de raiva, alto nível de irritação e contrariedade, desobediência, costume de culpar os outros pelos seus erros, ser vingativo e rancoroso; Em alguns casos pode-se ter a intolerância a frustração e imediatismo.

O transtorno pode se manifestar dos três aos oito anos de idade do individuo. O TOD não tem modulação genética e sim sociocultural.

Baseando-se em autores chaves, no ambiente familiar algumas atitudes dos pais podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno, como: a imaturidade, dificuldade de impor limites, a falta de experiência em educar os filhos, a agressão verbal, agressão física e a oscilação emocional. A criança também apresenta traços de inflexibilidade com dificuldade de aceitar as regras, tentando muitas vezes burlá-las. É comum ter um temperamento explosivo, tendo a manipulação e até a mentira como formas de conseguir o que deseja.

Estas condutas podem causar sintomas nos próprios responsáveis, como: o cansaço mental, a frustração perante a criança, intolerância e a raiva emocional. Em alguns casos podemos observar o isolamento da criança de eventos familiares ou até mesmo da dinâmica familiar.

Se olharmos o ambiente escolar as crianças com TOD normalmente tem fichas de reclamação extensas, inúmeras suspensões e advertências. Como não desenvolvem habilidades sociais, não realizam trabalho e brincadeiras em grupo ou até mesmo criar vinculo com algum colega. Podem apresentar também uma dificuldade na aprendizagem e consequentemente ter reprovações de série.

O TOD é um transtorno com pré-disposição á ter comorbidades, em 50% dos pacientes podem ter a contribuição do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) ou o transtorno de conduta (TC). Podem aparecer a depressão e o transtorno de aprendizagem como sintomas.

O diagnóstico é realizado por psiquiatra ou psicólogos com especialização em testes psicológicos. O tratamento depende da idade da criança e da gravidade do transtorno, quanto mais cedo diagnosticado mais eficaz será a psicoterapia. Caso o diagnóstico seja tardio é aconselhado acompanhamento do psiquiatra juntamente da psicoterapia.

Alguns autores recomendam a terapia cognitiva-comportamental, porque irá trabalhar a mudança comportamental e os pensamentos destorcidos da criança.

Podendo realizar um aconselhamento familiar ou uma orientação com os pais.

Talita Bueno Avila
Psicóloga – Terapia Cognitiva Comprotamental


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