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Jogos de videogame fazem parte da vida de crianças e adolescentes. Em crianças e adolescentes com Transtorno de déficit de atenção e Hiperatividade, não é diferente. Neste caso, é muito comum haver uma busca por jogos eletrônicos. O Transtorno de Jogos de Internet (TJI) pode estar presente em crianças sem TDAH ou com este quadro. Existem estudos que tentam relacionar e avaliar se o TDAH propicia o TJI ou se é apenas uma comorbidade, ou seja, ambas doenças estão presentes sem uma influenciar a outra). Os estudos apontam mais questões do que conclusões.

Mas é perceptível na clínica que crianças e adolescentes com TDAH tem forte atração por jogos, levando a problemas escolares e familiares.

São necessários cinco sintomas presentes em um período de 12 meses para caracterizar TJI, segundo a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais são:
– Preocupação com jogos de internet,
– Sintomas de abstinência quando os jogos de internet são retirados,
– Tolerância, ou seja, necessidade de passar tempo mais longo envolvido em jogos de internet,
– Perda de interesse por outras atividades que gostava anteriormente, com exceção de jogos de internet,
– Uso excessivo contínuo de jogos de internet,
– Enganar em relação à quantidade de tempo jogando na internet,
– Uso de jogos de internet para evitar ou aliviar um estado de humor negativo,
– Relações, vida escolar ou profissão prejudicadas.

Existe uma maior probabilidade de indivíduo com TDAH desenvolver TJI, quando não realiza tratamento para aliviar os sintomas de déficit de atenção e hiperatividade.
As crianças com TDAH mostram uma atenção prolongada quando usam jogos de computador. Existem três teorias relevantes no que diz respeito a uma relação entre TDAH e dependência de jogos de computador. São elas:

Estimulação ótima:
Crianças com TDAH sentem-se subestimuladas e a participação interativa de jogos produz um estado mais elevado de excitação e sensação maior de bem-estar.

Atraso de Aversão:
No TDAH existe comportamento impulsivo e tentativa de diminuir experiências negativas com o atraso de aversão, e o uso de jogos de computador com sequências rápidas, recompensa imediata, também dá origem a atraso de aversão.

Disfunção nos sistemas de esforço e ativação:
Esta teoria propõem que o TDAH é um déficit na atribuição de recursos energéticos ( disfunção nos sistemas de esforço e ativação). Assim o uso de jogos de computador pode levar a autorregulação direcionada para a excitação e ativação crescentes. Como também, proporcionam incentivo motivacional.
Os programas de treinamento cognitivo, dinâmicos, baseados em computador, são altamente eficazes no tratamento de TDAH.

Existe também uma percepção de piora dos sintomas de déficit de atenção e hiperatividade em adolescentes e crianças que usavam jogos de computador mais do que uma hora por dia.

A dependência de jogos de computador pode estar presente em pessoas que apresentam Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou não. E de qualquer maneira é uma condição que necessita de tratamento, como também o TDAH.

Vanessa Calhiarani Loschiavo
www.essenciadamente.com.br

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Aprendizagem mediada: como o PEI pode modificar a relação com o saber e com a vida.

O Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) é uma ferramenta que tem sido cada vez mais divulgada no contexto educacional e clínico, atendendo diferentes demandas, dentre elas as escolares, principalmente no que condiz à dificuldade de aprendizagem do aluno. Tem sido cada vez mais frequentes as queixas familiares e escolares no que se referem às dificuldades do aluno em absorver o conteúdo ministrado, seja por falta de interesse, motivação ou recursos cognitivos. O que muitas vezes é desconsiderado nesse cenário é como a relação entre o aluno e o saber é um processo complexo, que envolve escola, família e a subjetividade da criança. Não existe ensino sem aprendizado e desconsiderar esse fato potencializa a ideia amplamente (e indevidamente) divulgada de “fracasso escolar”.
O PEI foi desenvolvido por Reuven Feuerstein, psicólogo romeno, judeu, que no contexto pós-Segunda Guerra é convidado pelo governo de Israel a realizar avaliações psicológicas nas crianças vítimas do Holocausto. A necessidade desta avaliação existia à medida que era preciso agrupar essas crianças, segundo critério de seu desenvolvimento cognitivo, para direcioná-las adequadamente às devidas séries escolares. Entretanto, percebendo a influência que o meio, a história, as emoções e o contexto sociocultural exercem sobre a cognição, executar uma avaliação psicológica tradicional, que medisse a inteligência dessas crianças, seria, nesse cenário, uma produção em massa de indivíduos deficientes, o que lhe parecia absurdo, dentro de seu amplo conhecimento técnico e humano. Reuven Feuerstein desenvolve, portanto, anos depois, esse programa, partindo da premissa que somos seres em constante progresso e modificação, inclusive cognitivamente e que todo conhecimento que temos sobre nós e o mundo advém de uma aprendizagem que é construída no contato com o outro. Nesse sentido, perde-se o propósito de pensar a inteligência enquanto algo estático, imutável e apenas genético, sendo esta algo passivel de mudança, no contexto da aprendizagem mediada.

O PEI contribui no processo de aprendizagem na medida em que estimula a metacognição, ou seja, a modificabilidade cognitiva, se propondo a tornar eficientes funções cognitivas que estão sendo pouco estimuladas e preparando o indivíduo para que ele próprio assuma o controle de seu processo mental. O indivíduo passa a se apropriar de sua forma de pensar o mundo e a si, trabalhando, portanto, tanto a aprendizagem formal que permeia o contexto escolar, como a aprendizagem para a vida.
O programa se divide em duas categorias:

A) PEI Básico, aplicado em indivíduos ainda não alfabetizados ou com algum transtorno/dificuldade mais severa na cognição.

B) PEI Standard, aplicado em indivíduos já alfabetizados. Esse possui dois níveis sequenciais (PEI I e II). O PEI I tem uma média de duração de 1 ano e meio, com sessões semanais de 1 hora e meia. Terminado o programa e sentindo-se necessidade de dar prosseguimento, inicia-se o PEI II, movimento este mais indicado, para que sejam trabalhados os 14 instrumentos que o programa contempla. Entretanto, as modificações cognitivas podem ser observadas em poucos meses, dada a dinâmica efetiva dos instrumentos que o PEI I contempla.
Enquanto psicóloga cognitivista, recomendo a todos que estejam dispostos a passarem por uma experiência única e transformadora a conhecerem este rico programa, que capacita o indivíduo a evoluir em direção a um mundo repleto de oportunidades alcançadas com a ativação dos vastos recursos que ele possui dentro de si. Basta acreditar, querer e saber acessá-los.

Camila M. Felipe Vega
Psicóloga, Psicopedagoga

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Este é um termo utilizado para quadros que se assemelham a demência , mas é provocada por um transtorno psíquico funcional, e não tem uma causa neurológica. Esses quadros psiquiátricos ( neurose pós trauma, esquizofrenia, transtorno bipolar e principalmente depressão) cursam com prejuízo cognitivo, ou seja, diminuição da memória, concentração e capacidade intelectual. É muito comum a depressão crônica cursar com pseudodemência. E neste caso, não há alteração neurológica em exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada. A depressão de longa data, não tratada, frequentemente, cursa com dificuldade de concentração, de memória levando a esquecimento, dificuldade de lembrar onde deixou objetos, ou fatos ocorridos recentemente, limitações no trabalho, com aumento de erros por distração. Em geral, quando é feito o diagnóstico e tratamento, pode ser revertido o prejuízo cognitivo, na medida que a depressão vai sendo tratada. Existe a possibilidade de não reversão dos prejuízos da memória, concentração e capacidade intelectual, em casos que a depressão crônica causou involução cerebral, podendo evoluir para uma demência de fato.

As características da Pseudodemência são:

  • Humor deprimido,
  • Rápida progressão dos sintomas,
  • Início preciso dos sintomas,
  • Respostas monossilábicas,
  • Frequentes episódios psiquiátricos,
  • Respostas variáveis na avaliação neuropsicológica,
  • Prognóstico positivo com tratamento

As características da demência são:

  • Humor lábil ou apatia,
  • Lenta progressão dos sintomas,
  • Início insidioso dos sintomas,
  • Respostas erradas,
  • Em geral, sem antecedente psiquiátrico,
  • Baixo rendimento na avaliação neuropsicológica,
  • Prognóstico reservado.

A pseudodemência pode evoluir para uma demência de fato, porém existem medidas que podem ser utilizadas para ajudar num bom prognóstico, que são:

  • Tratamento do transtorno que acompanha a pseudodemência, com frequência a depressão,
  • Boa alimentação,
  • Atividade física,
  • Não ingestão de bebida alcóolica,
  • Não fumar,
  • Exercitar a mente com jogos específicos para reabilitação cognitiva,
  • Terapias neuropsicológicas,
  • Buscar aprender algo novo para ativar neuroplasticidade.

Os sintomas ligados a diminuição da memória e da concentração são muito frequentes. E muitas vezes, não é dada a importância necessária quando estão em estágios iniciais. Mas é justamente o diagnóstico precoce que pode implicar no sucesso do tratamento. Fica o convite para ouvirmos os sinais que o corpo dá, pois podem ser bons indicativos para buscarmos e encontrarmos uma nova direção de vida!

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Gostaria de esclarecer algumas questões a respeito da Terapia de Vida Passada (TVP). Acredito que esse não seja o melhor nome para essa técnica, já que ela é uma ¨ferramenta¨ usada dentro de um processo psicoterápico. A terapia é o processo psicodinâmico entre o terapeuta e o cliente e nesse processo podem ser usadas diferentes técnicas, sendo uma delas a regressão de memória. O nome Terapia de Vida Passada acabou sendo cunhado pelo Dr. Morris Netherton nos anos 70, depois de ter ele próprio passado por uma experiência onde vivenciou uma vida passada. A partir dessa experiência, Netherton passou a se dedicar ao tema, realizando pesquisas que lhe permitiram consolidar essa técnica terapêutica.

O objetivo da regressão é levar o cliente a relembrar fatos traumáticos reprimidos no inconsciente, que podem ser lembranças da infância, vida intra-uterina ou de supostas vidas passadas e qualquer material inconsciente. É importante lembrar que estas memórias podem ser construídas, isto é, elas provavelmente não representem a realidade exata dos fatos como ocorreram, mas são a realidade psíquica do indivíduo e esses conteúdos são fundamentais para o trabalho psicoterapêutico. Por isso não importa se o cliente acredita ou não em reencarnação, nem saber se tudo realmente aconteceu. A finalidade principal é usar esse material para ajudar a pessoa a reconhecer padrões inconscientes, crenças limitantes e fatores que vem perpetuando a dor e o sofrimento na sua vida. Abrindo novos caminhos e possibilidades para uma vida mais significativa e harmoniosa.

O terapeuta leva o cliente a acessar essas memórias ou conteúdos psíquicos através de um estado hipnótico leve a moderado, um relaxamento ou estado alterado de consciência. Quando a pessoa se encontra nesse estado, ela fica mais focada, mais concentrada no seu mundo interior e é capaz de entrar em contato com sua mente inconsciente, que é o reservatório de todas as nossas experiências, memórias, conhecimento. Os fatos lembrados podem vir à mente através de visualização, emoções, pensamentos, ou sensações. E após a regressão todo este vasto e rico material é usado na psicoterapia.

Ellen Hamacher Liepkaln

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Os estudos atuais da física quântica vem ajudando muito na compreensão de como o pensamento pode influenciar a saúde. Na medida em que o indivíduo apresenta pensamentos negativos, uma série de reações químicas ocorrem no organismo, podendo ao longo dos anos trazer um desequilíbrio, gerando doença. Mas não é só isso. Além das reações químicas, sofremos também influência da física, ou seja, da energia. Masaru Emoto escritor japonês, fez experimentos com a água submetendo amostras de água a sentimento de ódio e ao sentimento de gratidão. Observou, em microscópio, que as moléculas da água que receberam vibrações positivas tinham formas geométricas, eram claras e equilibradas, e as que foram submetidas às vibrações negativas eram disformes, escuras, totalmente diferentes das anteriores. Considerando que o corpo humano é composto de 70% de água, o pensamento pode ter grande influência na produção da saúde ou da doença.

Vale avaliar as diferenças entre a medicina convencional e a medicina quântica.

A medicina convencional está baseada em substâncias maiores que o átomo ( macrocosmos ). Está ligada à física clássica ou newtoniana, estuda dimensões que os cinco sentidos conseguem observar. É determinista, mecanicista e reducionista, no sentido em que está setorizada, ao ponto de perder a noção do todo que é o ser humano.

A medicina quântica é regida pela física do microcosmos, estuda partículas abaixo do átomo. Algo não percebido pelos cinco sentidos. Sendo os pensamentos, vibrações, sentimentos formas de energia que influenciam o próprio indivíduo como o ambiente e as pessoas que o cercam. Tem a ideia que os seres humanos estão interligados, a mudança de um indivíduo transforma o sistema todo. Como no Efeito Borboleta, descrito no livro Efeito Isaías: “Se uma borboleta bater as asas em Tóquio, um mês depois poderá causar um furacão no Brasil”.

A medicina convencional e a quântica tem caminhos diferentes com um objetivo comum, que é o equilíbrio do paciente. A união entre ambas tendências traz um ganho imenso para a harmonia do ser como um todo. A medicina alternativa está tendo cada vez mais procura, justamente por ter um olhar para o doente e não somente para a doença. A acupuntura, homeopatia, medicina tradicional chinesa, ayurveda, a medicina mente corpo vão de encontro com a medicina quântica.

Na medicina convencional é realizada anamnese pautada nos diversos sistemas, disfunções, exames laboratoriais, necessitando cada vez mais de tecnologia avançada para diagnósticos, como também dos medicamentos curadores. Vale o cuidado com a utilização sem freio da tecnologia diagnóstica e medicamentos de última geração. Tornando o indivíduo passivo na busca de sua cura. A medicina quântica pode utilizar a mesma técnica para o diagnóstico de forma ponderada, como também tratar com medicamentos como facilitadores do equilíbrio e não como um caminho único. Considera que o paciente é seu próprio curador, na medida em que ele adoeceu ou se desequilibrou por escolhas, ações ou pensamentos equivocados. A doença, nada mais é do que uma oportunidade de revisão deste equívoco, na medida em que obriga o paciente a olhar para si mesmo e aos poucos se descobrir. É uma vertente diferente da medicina convencional, na qual o médico tem o poder de curar, gerando no paciente uma dependência e não uma descoberta de si mesmo, de quais foram as escolha não saudáveis, não gerando uma transformação pessoal profunda. Vale ressaltar que é esta transformação pessoal que trará a imunidade contra qualquer doença, mesmo àquelas que o indivíduo tem uma genética favorável, pois esta só desenvolverá o quadro correspondente a depender de fatores predisponentes que estão ligados ao ambiente e escolhas pessoais.

A psiquiatria pode ter uma visão mais biológica, como na medicina convencional, enfatizando o uso de medicamentos de forma central, ou uma visão mais ampla conversando diretamente com a medicina quântica, na medida em que utiliza medicamentos psicotrópicos, mas pode combinar com outros tratamentos utilizando a homeopatia, tendo como aliado a psicoterapia, como também abordagens através de energias como cura reconectiva, reconexão, toque quântico, homeostase quântica informacional, entre outras.

O universo quântico existe desde sempre, mas por diversos motivos nos desconectamos dele. Os cientistas de diversas partes do mundo vem trazendo evidências da ligação direta do homem com seu semelhante e com o universo, da influência do pensamento e vibrações, ou seja, da energia sobre a matéria (que também é energia). E assim, a ciência pode reencontrar um caminho de volta às origens.

 

 

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Estão cada vez mais constantes os relatos perplexos das pessoas, em relação à velocidade com que o tempo tem passado. Muitas vezes, inclusive, ele é tido enquanto vilão de nossas vidas, sendo responsabilizado por não conseguirmos efetivar uma série de propostas, dado o curto espaço que sentimos ter para por em prática nossos projetos.

Entretanto, o que muitas vezes nos passa despercebido é que o tempo, no formato habitualmente absorvido por nós, nada mais é que uma referência organizadora do espaço, criada pelo próprio homem, a fim de ajudá-lo na dinâmica do seu cotidiano. Por mais estranho que pareça ser pensar dessa forma, somos nós quem comandamos o tempo, não o contrário. Saber disso consiste em passo fundamental para sairmos dessa posição passiva em relação a ele e assumirmos a responsabilidade de sermos agentes de nossa própria vida. Quem realmente nos controla são nossos pensamentos, operação mental esta que é o centro de nossas emoções e comportamentos, sendo, portanto, a base daquilo que frequentemente nos referimos como destino. Nosso destino está dentro de nós, de nossas escolhas e daquilo que planejamos e executamos em nossa vida. Parece forte atribuir os ônus e bônus de nossa vida ao modo que pensamos a nós mesmos e o mundo a nossa volta, mas essa é uma realidade que deve fazer parte de nossa consciência, uma vez que traz à tona a rica dimensão da escolha, enquanto uma capacidade libertadora. Nesse contexto, o que seriam, então, boas ou más escolhas? Qual o critério utilizado para definir em qual destas duas categorias nossas decisões se encaixam?

Escolhas acertadas são aquelas que nos trazem felicidade e fazem feliz aos que estão a nossa volta. Ao contrário dos problemas, que consistem em tudo aquilo que aprisiona a dor em nós, que não é libertador, que não liberta a dor. Boas escolhas são, portanto, escolhas que nos libertam e que nos impulsionam a seguir por caminhos de crescimento constante.

E como a psicoterapia pode nos ajudar a fazer boas escolhas? Não seria esse um artificio acionado apenas em momentos caóticos, de remediação?

Infelizmente, ainda existe muito tabu sobre o trabalho psicoterápico. Muitos ainda desconhecem o potencial que o momento terapêutico assume na vida de um indivíduo, atuando, principalmente, no processo de autoconhecimento, que é o pré-requisito para a liberdade. Só se é livre das amarras sociais, da autopunição, do medo de errar que limita nossas possibilidades, quando sabemos quem somos, o que queremos e do que somos capazes de alcançar com nossos recursos. Somos nós, o nosso maior motor propulsor de energia e estímulo, está em nós todo o potencial de crescimento e felicidade, basta descobrir onde estão estes recursos, para acioná-los nos momentos adequados.

A terapia ajuda nessa autodescoberta. Identificando o pensamento que existe por detrás de cada emoção, que emerge de cada um de nossos comportamentos disfuncionais, a psicoterapia vai ajudando ao indivíduo a organizar seu pensamento rumo ao equilíbrio, objetivando que o mesmo se aproprie de seu modo de funcionar e seja, ao final do processo, seu próprio terapeuta. Ora, nada mais coerente que estimular, também, essa libertação, o que inclui, portanto, uma libertação do próprio processo psicoterápico. Devemos ser nós mesmos o nosso maior e melhor especialista, e essa apropriação advém da real descoberta de todos os recursos que carregamos em nós.

Entendamos, portanto, a psicoterapia enquanto um processo catalizador da autodescoberta, que será a responsável pelas tomadas de decisões sábias, e por fazermos escolhas libertadoras, que nos direcionem ao sucesso, no sentido mais amplo da palavra.

Camila M. Felipe Vega
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COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA (CNV)

Indico para todos este livro: Comunicação Não-Violenta, onde Marshall B. Rosemberg, descreve como chegou a este lindo trabalho. Ele vivia na África do Sul do Apartheid, e aos 10 anos apanhou dos negros por ser branco demais e dos brancos por ser negro demais. Ficou tão indignado que foi levado para morar com o avô na Índia, para aprender a lidar com a raiva, a frustração, a discriminação e a humilhação. Aprendeu com o avô a fazer uma árvore genealógica da violência, contendo discriminação da violência física e passiva, pois ele entenderia melhor a não-violência se compreendesse e reconhecesse a violência.
A não-violência significa permitir que venha o que existe de positivo em nós como o amor, respeito, compreensão, gratidão, compaixão e preocupação com os outros. Afinal, o mundo em que vivemos é o que fazemos dele.
Um ponto chave da CNV é o relacionamento através compaixão uns com outros, é compreender o ponto de vista alheio com o olhar do outro.

Quatro componentes básicos da CNV:
1- Observar sem julgamento ou avaliação,
2- Identificar os sentimentos,
3- Reconhecer a necessidade que está ligada aos sentimentos,
4- Realizar um pedido bem específico.

Um exemplo do cotidiano que poderia gerar conflito, com a técnica da CNV, ficou pacífico e enfatizando a resolução: Ao perceber que seu filho deixou meias jogadas no meio da sala. A mãe pode utilizar a CNV, da seguinte forma, dizendo: “Quando vejo suas meias jogadas na sala, fico irritada, porque precisamos de mais ordem, no espaço que é de todos. Você pode colocar suas meias no seu quarto ou na máquina de lavar roupa?”

Algumas dicas que a CNV dá é que o julgamento e a crítica bloqueiam a comunicação. Considera que comparações são formas de julgamento.

Considera importante a consciência da responsabilidade por nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos, no sentido que muitas vezes nos colocamos na obrigação de fazer algo, que, na verdade, poderia ser uma escolha.

A CNV melhora a comunicação interior, ajuda a distinguir nossos sentimentos e necessidades e de entrar em empatia com eles, concentrando no que desejamos e não no que está de errado conosco ou com os outro. Cria um estado mental mais pacífico.

Tem diversos exemplos no livro e até uma situação crítica de assalto que uma pessoa passou e usou a CNV com o assaltante, tendo o melhor desfeche desta situação.

Esta é uma técnica de comunicação que aproxima as pessoas que divergem. Permite a compreensão do ponto de vista do outro chegando a um consenso. Pode ser usada para a vida, facilitando muito os relacionamentos familiares, pessoais, como profissionais.

Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo

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Existe uma nova pesquisa muito importante entre pessoas com depressão, ansiedade, ou mesmo outros quadros psiquiátricos, que é a avaliação se o paciente tem sensibilidade ao glúten.

O glúten é uma proteína grande que interfere no sistema imunológico, gerando um processo inflamatório. Ele afeta em primeiro lugar o sistema digestivo e em segundo o sistema nervoso.

O glúten pode ser responsável por transtorno psíquico em pessoas sensíveis, na medida em que ao passar pelo aparelho digestivo, pode causar um vazamento intestinal, e ir para a corrente sanguínea, chegando ao cérebro. Esta proteína é parecida com proteínas do organismo, inclusive do cérebro e das células nervosas. O sistema imunológico é ativado e ataca os tecidos (numa reatividade cruzada), resultando em inflamação, ao confundir o glúten com as proteínas do próprio organismo. Isso gera uma alteração da circulação cerebral, resultando também na ansiedade e depressão entre outros transtornos, até neurológicos como a esclerose múltipla.

Além dos problemas de circulação local, no intestino, ou cerebral, ocorre também uma alteração de absorção das proteínas necessárias ao organismo, como o aminoácido triptofano que é responsável pelo relaxamento e bem-estar. A sua deficiência é responsável pela depressão e ansiedade, entre outros fatores.

O cuidado é que esta não é uma pesquisa frequentemente realizada pelos médicos e muitas vezes a depressão ou ansiedade é tratada com antidepressivo, sem considerar a sensibilidade ou intolerância ao glúten (doença celíaca) como uma causa do transtorno psíquico. A depender dos sintomas, o antidepressivo está bem indicado, mas encontrar a origem das alterações cerebrais é muito importante, pois em muitos casos conseguimos retirar os antidepressivos se a dieta sem glúten é seguida a risca. Vale ressaltar que a retirada desta proteína para as pessoas sensíveis a ela traz uma melhora do cansaço, ânimo, aprendizado, disposição física, melhora de dores articulares, equilíbrio endocrinológico.

O diagnóstico da sensibilidade e intolerância ao glúten não é simples, mas temos marcadores de anticorpos recentes que ajudam na direção do tratamento. Uma vez diagnosticado um desses dois quadros, é preciso uma conscientização para a retirada completa do glúten da dieta.

Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo
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Todas as pessoas tem dificuldades emocionais, podem ter vícios de diversas ordens, instabilidade de humor, uma tristeza sem detectar o motivo, vazio, insatisfação mesmo conquistando o que se deseja, irritabilidade constante chegando a comportamento explosivo, manias, tiques, preocupação por antecipação que gera sofrimento, acordar cansado e sem força para levantar, enfim os sintomas psíquicos podem ser diversos. Afinal, somos seres humanos! Mas o que pode diferenciar algum desvio de comportamento mais leve de um transtorno? A diferença está na maneira como se lida com a emoção, com o desconforto.

O que diferencia uma tristeza pontual, em relação a algum acontecimento difícil, de uma depressão é como se reage a esta tristeza, a intensidade e o tempo que ela se mantém. Reagir, tentando manter uma rotina diária, ter uma compreensão mais ampla da situação, buscar o conforto seja por uma religião, ou atividade que traga um equilíbrio, pode ajudar a esta tristeza não se manter. A depressão é uma tristeza que vai se perpetuando, o paciente não vai reagindo, vai se isolando, havendo uma quebra de sua rotina diária. A pessoa começa a não conseguir mudar o padrão mental de tristeza, surgindo outros sintomas, como desânimo, cansaço, irritabilidade, insônia ou hipersônia, alteração do apetite, entre outros. Desta forma, a tristeza vai tomando uma força maior e durando, em geral, mais do que duas semanas, segundo o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais).

Para quem interessar deixo abaixo as características do Transtorno Depressivo Maior, segundo o DSM-V no link: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp…

Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo
Psiquiatra e Psicoterapeuta
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O equilíbrio de todos componentes da família é de grande importância para a formação do indivíduo.

Qualquer um que esteja em desequilíbrio influencia os demais. A família é um exemplo de um sistema de interligação, sendo os pais totalmente responsáveis pelos filhos na infância e através do treino de autonomia, a criança vai tendo mais habilidade nos cuidados com ela mesma. A harmonia em família é realmente uma arte.

Frequentemente, pais são confrontados com suas maiores dificuldades e praticamente obrigados a revê-las e modificá-las a depender da demanda do filho. Quantas vezes, pais muito metódicos são obrigados a flexibilizar com filhos que apresentam uma desorganização, até orgânica como nos casos de dislexia ou déficit de atenção. O desafio não é só da criança, como também dos familiares, também em rever sua própria tendência, para não haver um confronto e perdas na relação entre pais e filhos.

Quanta evolução pessoal essas dinâmicas trazem. A necessidade de revisão das próprias tendências sempre ocorre com a vinda dos filhos. Os problemas acontecem quando os pais querem encaixar a criança numa forma que não é a dela.

O aprendizado acontece por duas vias, pais “ensinam” filhos e filhos “ensinam” pais. Basta estar atento! O desafio não é pequeno, mas pode ajudar:
-Ter atenção às próprias necessidades, ou seja, estar em paz consigo mesmo,
-Manter o diálogo , pais com filhos, entre os pais, resolvendo sempre as discórdias com bastante conversa,
-Estar atento a necessidade do outro,
-Buscar ajuda de profissional da área quando se fizer necessário.

A família é um pequeno sistema onde se aprende a ligação com outras pessoas. Este aprendizado terá aplicação direta na vida dos filhos na fase adulta. Iniciando um novo ciclo.

O equilíbrio emocional individual é muito importante para a harmonia da família que é a base para uma convivência pacífica no mundo!

Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo
Psiquiatra e Psicoterapeuta
www.essenciadamente.com.br

 

 


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