Transtorno de déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) e funcionamento cerebral
O Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade ocorre como resultado de uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal. O lobo frontal é responsável pela ação reguladora do comportamento humano. Está ligado `a: fazer manutenção dos impulsos sob controle, planejar ações futuras, regular o estado de vigília, filtrar estímulos irrelevantes, que são responsáveis pela distração, acionar reações de luta e fuga, estabelece relação direta com o centro das emoções ( sistema límbico), com o centro da fome e da sede, com o grau de disposição física e mental. Esta região recebe menor irrigação sanguínea e tem menor funcionamento. O lobo frontal é responsável por mandar sinais inibitórios para outras áreas do cérebro, reduzindo a atenção para estímulos do meio ambiente externo para que possa haver a concentração. Quando há uma hipoatividade desta região cerebral, não ocorre estes sinais inibitórios e o cérebro é bombardeado de estímulos, levando `a distração. Uma função do lobo frontal é a análise das consequências de ações futuras que estando afetada pode levar `a atitudes impulsivas, ou inadequadas, dificultando também o aprendizado através do erro, ou seja, a criança pode persistir no mesmo erro por não ter aprendido com a situação anterior.
De forma geral, considerando que lobo frontal tem um caráter inibitório, cabe `a ele freiar o cérebro humano no que diz respeito aos pensamentos, impulsos e velocidades de suas atividades físicas e mentais.
Sabemos que a sede estrutural do TDAH está no lobo frontal, mas é importante saber que todas as regiões cerebrais interligam-se através de redes neuronais não ficando então restrita ao lobo frontal, mas também `a maneira que esta região se conecta `a outras. É por isso também que temos uma variação grande da clínica do TDAH, tendo quadros com predominância de desatenção, outros com hiperatividade, outros com impulsividade ou a concomitância entre eles.
Existe também estudos que falam a favor de alterações de neurotransmissores ( substâncias produzidas pelos neurônios) em especial a noradrenalina e a dopamina.
Desta forma, podemos perceber a importância de um tratamento medicamentoso para poder aliviar uma sintomatologia que traz muito sofrimento e falta de adaptação , sendo com bastante critério, de forma individualizada, para que o melhor daquele ser possa aparecer e não ficar bloqueado.
É certo que existindo uma disfunção cerebral , possa haver uma compensação em outra região do cérebro, propiciando alguma habilidade. É importante que o tratamento possa fazer que esta habilidade tenha maior valor e evidência , deixando cada vez mais tênue os traços da doença.