O papel da doença
Vamos imaginar um mundo sem doença, e consequentemente sem a finitude do ser. Como seria?
Será que as pessoas estariam na busca de algo, planejando o futuro? Será que ao longo do tempo a falta de “risco” nos traria uma responsabilidade em relação `a vida? Traria uma busca de viver melhor, ter saúde e até mesmo resolver conflitos ou relacionamentos?
Acredito que a doença tem um papel importante em nossas vidas. Ela traz a mudança de direção da vida, a reflexão sobre escolhas realizadas, possibilidades de novos horizontes.
A pessoa com algum diagnóstico, certamente, passa por um susto, trauma, medo e diversos sentimentos. `A medida que vai buscando tratamento, vai encontrando alternativas, lidando de forma concreta com o fato, distanciando, talvez da fantasia.
A doença colabora com uma transformação, estou abordando de forma geral, porém cada um tem a sua própria história. Considero muitas vezes, a doença sendo um acelerador de mudanças emocionais. O sofrimento faz com que o indivíduo extraia o melhor de si mesmo, muitas vezes até qualidades que a própria pessoa desconhecia.
A doença também pode quebrar o comodismo, pois afinal não temos todo tempo do mundo para fazer o que desejamos.
Entendo que é muito difícil adoecer, porém acompanho diariamente histórias de superação após a doença, seja ela vencida, ou em tratamento, seja a doença física ou psíquica.
Só encontramos bons caminhos quando nos acalmamos, porque possibilita entrar em contato conosco mesmo, e ouvirmos nossa voz interior. Existe uma forma “positiva” ou “negativa” de sofrer. Pode ser uma escolha o bem sofrer que certamente vai colaborar com a aceleração da evolução do ser.