Transtorno Psiquiátrico na Adolecência

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O Transtorno Borderline de Personalidade pode ter início na adolescência e evoluir para a vida adulta.

Neste transtorno de personalidade, o indivíduo pode ter:

  • Instabilidade afetiva, devido a reatividade do humor, devido a grande irritabilidade ou desregulação do humor;
  • Sentimento de vazio crônico;
  • Relação interpessoal instável;
  • Impulsividade em duas áreas como uso de substância, compras, sexo, exageros alimentares;
  • Comportamento suicida, ou ameaça, comportamento de automutilação;
  • Ataques de mau humor, raiva desproporcional e agressividade;

Este quadro clínico gera grandes consequências, o adolescente não se adapta ao meio em que vive, começa a faltar na escola, fica perdido não se enquadrando na sociedade.

No caso de adulto, pode não estar engajado num trabalho, não ter se desenvolvido profissionalmente, porque este quadro gera consequências graves para vida social.

Pacientes com este transtorno não conseguem se ligar afetivamente a ninguém por manterem relações muito conturbadas, tendo até dificuldade em manter laços de amizade.

Tem crescido o número de casos de automutilação entre adolescentes. Prevalência média está entre 1,6% a 6 % e 75% dos casos são mulheres.

Eles cortam os pulsos ou se queimam e descrevem grande alívio, por sentir um alívio de suas dores emocionais, , na medida em que se mutilam. Isso se torna um vício, podendo ter consequência irreversível ou se não tratado, chegar ao suicídio.

É possível que com a busca de ajuda desde a adolescência, este transtorno não se estruture, fazendo com que o indivíduo funcione de forma mais adaptada em sua vida. Em geral, é frequente que por volta dos 30 – 40 anos o paciente esteja bem melhor, conseguindo lidar com seu temperamento, tendo os sintomas atenuados.

Buscar o psiquiatra e realizar uma psicoterapia é muito importante para quebrar a dinâmica instalada.

O preconceito em relação a psiquiatria e a recusa de familiares em procurar um tratamento psiquiátrico pode ser até uma negligência dos pais, a depender da gravidade em que o adolescente se encontra.

É preciso compreender o tratamento psiquiátrico como um aliado que irá aliviar os sintomas de angústia, e viabilizar que o indivíduo se desenvolva e possa ter uma vida mais adaptada e autônoma.

Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo
Psiquiatra e Psicoterapeuta

 

 

 

 


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