Aos famíliares de pacientes psiquiátricos
Muitas vezes, os familiares dos pacientes perguntam como poderiam ajudar ao paciente estar melhor, mais aliviado em relação aos seus sintomas. Tem outras situações que os familiares lançam um julgamento muito severo em relação às atitudes do mesmo, dando listas de passo a passo sobre o que eles poderiam fazer para não adoecer.
Em primeiro lugar, vamos compreender que a família como um todo é atingida quando alguém adoece, e desta forma, não é simples também para quem está ao lado e assiste a evolução da doença de alguém querido. Assim, o acolhimento ao tratamento tem que ser de todos envolvidos.
Não há uma lista fechada do que o familiar possa fazer para ajudar o indivíduo em sofrimento, mas podemos refletir juntos sobre alguns caminhos mais adequados para estimulá-lo:
– Confiar que o indivíduo está passando por um processo de aprendizado, na medida em que desenvolveu sintomas psiquiátricos. Os sintomas são indicativos de que alguma escolha na vida não foi adequada. Esses reajustes poderão ser realizados pouco a pouco culminando com o alívio do sofrimento.
– Possibilitar que faça um tratamento adequado e acreditar que a melhora ocorrerá no momento possível para a pessoa.
– Estimular e lembrar as habilidades que o paciente tem, pois num momento de dor muito profunda, o indivíduo pode sentir não ter mais qualidades.
– Saber que o familiar estará ao lado na caminhada da vida com o paciente, não podendo solucionar situações por ele.
– Ter cuidado com o julgamento. O julgamento afasta. Faz com que o paciente não se sinta compreendido. Afinal quem gosta de ser julgado severamente, e ainda mais num momento dor?
– Acolher, mostrar que está ao lado e pode pedir ajuda. Se a ajuda não estiver ao alcance do familiar, poder buscar ajuda de um profissional da área. E acima de tudo, saber que o afeto acalma, o abraço conforta e dá forças para seguir adiante.
Dra. Vanessa Calhiarani Loschiavo
Psiquiatra e Psicoterapeuta
www.essenciadamente.com.br