A Anorexia Nervosa (NA) é um transtorno alimentar muito grave que surge entre os 10 e 30 anos, principalmente em mulheres, de classe social média e alta e também em profissões como modelos e bailarinas.
A pessoa portadora de NA tem um medo intenso de engordar e se submete a dietas rigorosas de 300 a 500 calorias por dia, exercícios físicos compulsivos, muitas vezes recorrendo a vômitos forçados e uso de laxantes e diuréticos. Raramente procuram ou aceitam ajuda, sendo geralmente levados ao médico pela família ou amigos que percebem características estranhas na pessoa. Por exemplo:
– Evitar comer na frente de outras pessoas.
– Preocupação excessiva com o peso e com o valor nutricional dos alimentos.
– Recusa de alimentos considerados gordos.
– Demora exagerada para comer e hábito de revirar a comida no prato.
– Esconder alimentos pela casa, nos bolsos ou guardanapos.
– Olham-se frequentemente no espelho ou comparam seu peso com outras pessoas.
– Isolamento social e pensamentos inflexíveis.
– Quanto à aparência, podem apresentar intensa magreza, cabelos finos e quebradiços, pele seca e amarelada, ausência de menstruação, debilitação importante e até mesmo risco de morte.
Um sintoma nuclear é o distúrbio da imagem corporal ( distúrbio da percepção do formato corporal) , manifestado por intenso medo de ganhar peso e supervalorização da forma corporal. A paciente não tem a percepção de sua magreza, se vê acima do peso, e tem ideia fixa em relação à imagem corporal.
É importante, diante de um quadro clínico como a anorexia nervosa, avaliar as causas geradoras desta dinâmica.
O alimento representa um elemento necessário para o funcionamento corporal, como também tem representação afetiva, especialmente na primeira etapa do desenvolvimento humano, no aleitamento materno.
Existem vários autores que estudaram a interação familiar relacionada a anorexia nervosa. Quando a doença se instala, evidencia a crise do indivíduo, como também da família.
Bruch concluiu que as mães de anoréxicas são boas demais, corretas, cuidadosas e muito ansiosas, se preocupando em demasia com o bem estar do filho. Alimentavam seus filhos com frequência, antes de eles apresentarem a necessidade, ou seja, fome. Assim, o bebê não aprendeu a atender a necessidade de seu próprio corpo. A criança nunca sente fome, porque a mãe alimenta antes que a necessidade se apresente. Esta dinâmica se perpetua na jovem, trazendo desequilíbrio com o alimento, gerando sintomas de anorexia.
Minuch, Rosman e Baker descreveram um padrão de confusão nas famílias de pacientes anoréxicas. Em geral, não há uma individualidade entre os familiares, cada membro da família está muito envolvido na vida de todos os outros familiares. Na família, não se distingue diversos componentes com suas diversas características e necessidades e sim todos indivíduos funcionando em simbiose, não havendo uma identidade separada da matriz familiar.
Frequentemente a jovem pré-anoréxica tem uma rígida expectativa, assim em geral tem uma dedicação ao estudo e ao trabalho, é perfeccionista, obediente, tenta manter uma aparente harmonia da vida familiar, em detrimento de sua personalidade em formação. Com a adolescência, surgem sentimentos de descontrole de seu corpo e de sua vida, podendo ter sentimento de ineficiência e desemparo, motivados pela mudança biológica, psicológica e social. O desespero pela magreza, é uma tentativa de manter a forma pré-puberal, com o objetivo de readquirir o controle e harmonia perdidas. Desta forma, não adquire amor próprio, nem uma boa auto-estima, tendo dificuldade de dirigir a sua vida de maneira independente e autônoma.
É muito importante entender a dinâmica individual, considerando que sintomas depressivos e ansiosos podem estar associados. A depender da gravidade, o tratamento medicamentoso está bem indicado, como é fundamental a realização da psicoterapia que pode ser para própria paciente, mas é preciso que a família também participe, recebendo orientações ou até realizando psicoterapia familiar.
Ellen Hamacher
Vanessa Calhiarani Loschiavo
www.essenciadamente.com.br
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